minha alma sangra

minha alma suja sangra no varal

no lodo, no lamaçal

com nódoas dos instantes

com feridas abertas e expostas

às ventanias torrenciais avarentas

sedentas de dores

minha alma sangra

transborda

dorme acordada

se alucina perante os estilhaços

dos calos, das cicatrizes,

minhas dores me remam,

tremem,

me regem,

sem nortes,

me atrevem a sorrir

desencantado

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 07/09/2020
Reeditado em 16/05/2021
Código do texto: T7057001
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