minha alma sangra
minha alma suja sangra no varal
no lodo, no lamaçal
com nódoas dos instantes
com feridas abertas e expostas
às ventanias torrenciais avarentas
sedentas de dores
minha alma sangra
transborda
dorme acordada
se alucina perante os estilhaços
dos calos, das cicatrizes,
minhas dores me remam,
tremem,
me regem,
sem nortes,
me atrevem a sorrir
desencantado