Solidão inexistente
Minha solidão continua sempre
sem um verdadeiro caminho percorrido,
e com muito desprezo e despreparo
pelo mundo, pelo povo
continua não submisso
aos desmandos de tudo.
Meu sofrimento que parra boa parte
da civilização humana não existe
é um dos deuses que não conseguimos entender
muito menos encontrar;
pode ser como aquela criança
que está sempre descobrindo um macrocosmo novo
e a única coisa que consegue encontrar
é um vazio produzido pelo buraco negro
do seu pequeno universo.
Nossas vidas são menos vidas
quando pensamos em retornar
ao velho e infinito sistema,
sistema este que só proíbe - não vive,
e que nos deixam muito mais solitários;
minha solidão que inexiste e isso,
eu velho homem não submisso,
eu velho sistema infinito,
eu velho mundo plastificado
na velha criança sonhadora
e solitária, mas sempre eternizada
aos nossos olhos.