O Passaro preto
O pássaro preto foi feito refém
Não mais cantava com amor
Engaiolado só cantava sua dor
O pássaro preto não mais canta
As mulheres a quem ama
Pois enjaulado viverás
Nas senzalas e nas gaiolas
Já não serão os mesmos passarinhos
Logo estão fora dos ninhos
Seja da África
Ou dos topos dos palmeirais
Um dobrava o canto em assovio,
O outro cantava aos deuses.
Mais ambos foram presos
Não sairão jamais ilesos
Das senzalas e gaiolas
Destas fazendas, casas e vilas.
Onde cantaram tristes para alegrar
Seus dominadores
Escravizadores, caçadores e colonizadores.
O pássaro preto preso está.