(DES)PEDAÇOS DE UNS VERSOS SEM RAZÃO
Hoje ainda me desfaço
pedaço por pedaço
em pequena dissolução.
Hoje apenas despedaço
entre estes poucos traços
feitos pelos dedos da minha mão.
Apenas estilhaços
jogados nesse espaço
De versos loucos sem razão.
Apenas cansaço
Deste mundo em que vago
sobrevivendo sem paixão.
Hoje apenas me refaço
Nestes versos em que disfarço
minha sede por revolução.
Hoje apenas o cansaço
Em que sigo passo a passo
esta estrada na contra mão.
Essa ética sem estética
essa conduta assimétrica
Em compasso de desilusão.
Hoje a alma dilacerada
de células esfarrapadas
pela ausência de evolução.
Me invade o cansaço
Me transformo e esgaço
Essa vida sem solução.