Asas de cada dia
Poesia





 
Amar não é uma opção, você ama até sem saber, o amor está, não sai. Não precisa desvendar mistérios, temer a profundidade do bem querer, o coração não vai dormir, ele bate com a ousadia do sentir. Não deixe a sua alma largada, quanta beleza existe num ser, há sempre novas lições para se aprender. Quando nem existia a poesia, as crianças já sorriam, o sol já estava lá, o azul do céu, já se confundia com o azul do mar, e o amor já existia dentro de você.

Se você não tiver um amor, ame as árvores, os frutos,  as cachoeiras, as pedras, as estrelas, a lua, o sol, os ventos, a chuva, ame as flores, as borboletas, as abelhas, ame os passarinhos, acompanhe os seus voos, até o anoitecer, quando eles buscam os seus ninhos. Quando os meus olhos se perdem na cor, por entre as flores e folhas, encontro o céu, voo e desço ao chão, sinto uma paz imensa na alma, a natureza me acalma, são as minhas asas de cada dia.

Quando o silêncio se faz necessário, algumas emoções afloram, os caminhos parecem mais longos as horas uma eternidade, os passos se tornam pesados. Resta buscar o verde, os botões encantados da flor, um alaranjado no céu do sol indo embora, fazendo das primeiras horas da noite, deitar o seu véu sobre o amor, àquele amor calado, guardado, ele é o nosso paraíso que habita na alma. 

Quanta aventura não tivemos, e quantos sonhos perdidos, que ficaram em páginas já amareladas. Quantas páginas em branco ficaram porque o tempo guarda tantas coisas, deixamos tanto para o amanhã, podendo fazermos hoje... O tempo guarda cada respingo da felicidade vivida nunca esquecida, e guarda anseios. Que as suas lembranças não se dispersem, e lhe deixem só.

Esqueça as palavras que não se juntam mais... Simples mortal, invisível à multidão, sonhador, pisando de nuvem em nuvem, sem sentir frio, aquecido pelo amor descontraído... Mais um sol findo, daqui vejo as gaivotas, que voam com folhas secas que fugiram de um jardim qualquer, o voo do silêncio ressalta sentimentos de esperança.

Não quero mais deixar a minha alma passeando por aí como se não tivesse em seu peito um coração cheio de amor, que ela não seja sonolenta e triste, que não desista de caminhar, e de ir vez por outra pelos céus à sonhar. Que guarde no canto do olhar a paisagem colorida dum crepúsculo, daqueles mais bonitos, que só quem tem um amor dentro do peito, pode enxergar, volte-se para dentro de si, escreva, que seja uma uma poesia diferente, coloque para fora o que você sente.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 05/09/2020
Reeditado em 06/09/2020
Código do texto: T7055488
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