Desgramada
Lá na minha rua, tinha uma vendinha
Onde eu ia todo dia ver aquela menina
A família dela vivia daquilo, era simples e tranquilo
para eles bastava
Mas não era aquela a vida que ela sonhava
Pensava que merecia mais
Quando teve idade suficiente, foi embora
Partiu em busca do que acreditava
Nem tive chance de desejar boa sorte
Não porque eu achasse que ela precisava
Mas pra que ela soubesse que eu me importava
Éramos amigos, gostava dela e ela não imaginava
Mesmo se desconfiasse acho que nada faria,
E no fundo eu sabia que não vingava.
Hoje com a vida feita, com minhas coisas
todas controladas
Ela vem e me aparece de volta, desgramada!
A essência do mesmo jeitinho, não mudou nada
Mais bonita, mais cheia de vida e ainda mais danada!
Pra balançar minhas certezas, não sabia o que fazia
Nem por onde andava, mas ela voltou,
com aquele ar de menina solta que ninguém segura, alma de pipa avoada.