Chão
Pedacinhos que resistem
Papel picado, colorido
De uma existência antiga
Talvez ontem
Canções que embalam
O ninar da criança no colo
O gosto lácteo na boca
Esquentando, aconchegando
Entre salas e quartos
Gargalhadas prendem-se nas paredes
Como marcas de momentos felizes
Palavras como brincadeiras
Saltam das línguas prontas
Para serem engolidas pela primeira vez
Rodas, batuques, cordas
Musicam e encantam
Olhos, almas, corações
Pés cambaleantes
A buscar equilíbrio
A buscar o norte
A direção a seguir
O chão será sempre esse
Ainda que voos distantes
Levem-nos, esvaziem-nos