ASTRONAUTA
Eu, astronauta de mim
Viajante do universo transcedental
Sigo errante, solitário indomável
Em uma linha finita de v(ida)
Sem qualquer resquício de retorno
Os ponteiros do oxigênio marcam o tempo
Apressados, sem tempo pra um café
Sigo aturdido
Dou voltas em torno das finas artérias
Anéis de Saturno
Que filtram minha insanidade
Corrente indomável
Mar de ondas agitadas
É impossível segurar as horas
O despertador está prestes a tocar
Interrompendo a conexão
Mas eu continuo aqui
Olhando as estrelas do lado de dentro
Bebendo todos ares
Ao som híbrido do oceano
Na esperança de degustar o último fôlego
Que oxigena meu paladar.