ASTRONAUTA

Eu, astronauta de mim

Viajante do universo transcedental

Sigo errante, solitário indomável

Em uma linha finita de v(ida)

Sem qualquer resquício de retorno

Os ponteiros do oxigênio marcam o tempo

Apressados, sem tempo pra um café

Sigo aturdido

Dou voltas em torno das finas artérias

Anéis de Saturno

Que filtram minha insanidade

Corrente indomável

Mar de ondas agitadas

É impossível segurar as horas

O despertador está prestes a tocar

Interrompendo a conexão

Mas eu continuo aqui

Olhando as estrelas do lado de dentro

Bebendo todos ares

Ao som híbrido do oceano

Na esperança de degustar o último fôlego

Que oxigena meu paladar.

Xícaras de Prosa
Enviado por Xícaras de Prosa em 03/09/2020
Reeditado em 05/04/2021
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