NÃO OUSEM NOS LEVAR A POESIA!
®Lílian Maial
Levem todos os bens, todos os motivos,
Levem as lutas e objetivos,
Ocupem as primeiras fileiras, todas as fileiras,
Tomem as terras todas,
Levem tudo!
Destruam as escolas, os tablados,
Queimem os livros, os discos, os jornais!
Desejem o canto dos pássaros,
O verde da relva,
Anseiem pelo mais bonito pôr-do-sol!
Só não calem a nossa voz!
Não emudeçam as rochas!
Não enfrentem o mar!
Que a poesia é o ar, a canção,
O sol e a chuva.
Mesmo que seus ouvidos não consigam ouvir,
Mesmo que seus olhos não saibam ver,
Mesmo que nossas vidas não lhes tenham valor,
Não ousem nos negar a poesia!
Que aí, então, conhecerão a ira e a força da palavra.
Que, assim, nada restará a temer,
Nada restará a cobrir.
Estaremos nus e sem medo,
Bailando nas poças de lua.
Não haverá honra na morte da esperança.
Fiquem com seus caprichos e pequenezas.
Deixem-nos, ao menos,
Embebedar de poesia!
*******
31.08.2020
*inspirado num poema de Zé Franco
®Lílian Maial
Levem todos os bens, todos os motivos,
Levem as lutas e objetivos,
Ocupem as primeiras fileiras, todas as fileiras,
Tomem as terras todas,
Levem tudo!
Destruam as escolas, os tablados,
Queimem os livros, os discos, os jornais!
Desejem o canto dos pássaros,
O verde da relva,
Anseiem pelo mais bonito pôr-do-sol!
Só não calem a nossa voz!
Não emudeçam as rochas!
Não enfrentem o mar!
Que a poesia é o ar, a canção,
O sol e a chuva.
Mesmo que seus ouvidos não consigam ouvir,
Mesmo que seus olhos não saibam ver,
Mesmo que nossas vidas não lhes tenham valor,
Não ousem nos negar a poesia!
Que aí, então, conhecerão a ira e a força da palavra.
Que, assim, nada restará a temer,
Nada restará a cobrir.
Estaremos nus e sem medo,
Bailando nas poças de lua.
Não haverá honra na morte da esperança.
Fiquem com seus caprichos e pequenezas.
Deixem-nos, ao menos,
Embebedar de poesia!
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31.08.2020
*inspirado num poema de Zé Franco