Vazios internos
A neve pousou sobre os seus cabelos,
deu tanta beleza e me encantou...
Em poesia, seu olhar suavizou minha saudade,
que os meus olhos, iluminou.
Invadiu o meu coração triste...
Coloriu a escuridão da negra noite,
e tudo na escuridão da minha alma, se fez claridade.
A sua doce lembrança em minha vida,
faz de mim, inspiração constante,
que flui como a correnteza de um rio abundante.
É como se eu pudesse sentir as suas mãos
afagando os meus cabelos,
e me dizendo tudo o que eu preciso ouvir.
A sua imagem consegue preencher
os meus vazios internos, em silêncio o seu nome
rima, com o meu caminho só,
que tenho que seguir.
E olhe, eu cresci, interiormente,
hoje você iria se orgulhar da mulher que me tornei,
sem possessividade, sou dona do chão por onde
quer que eu pise, tenha a certeza,
eu lhe amei... E ainda amo,
ouço vozes, em nenhuma voz encontro a sua,
vejo rostos que não se identificam com o meu,
nem com o seu, esse amor não é comum,
e a vida continua
sem que eu possa chamar o seu nome.
Os meus sonhos não são feito os contos,
são delírios na madrugada, sou a essência
e a brisa que o seu sussurro docemente
ainda vem soprar.
Saiba meu amor, a brancura da neve
também caiu sobre os meus cabelos,
pleno sol do meu Nordeste,
veio e disfarçou, queimou com outra cor,
na realidade eu sou a mesma,
sou àquela que você um dia amou.
Desenho as letras,
coleciono fantasia, que o seu amor faz inspirar,
sigo pelos caminhos que um dia você apontou.
Liduina do Nascimento