Poesia não é conforto
Poesia não é conforto
o sol surgindo pela janela, aquecendo todo o tapete, recaindo em graças sobre a solidão, emergindo na maneira mais sublime, irrompendo em música nas asas de um pássaro, que pousa distraído no ramalhete e em todas as coisas que não estão lá. meu caminho de volta para mim mesmo... confrontando-me o nu, mastigo a beleza em toda sua miséria e esplendor. a vida desaparece no tempo de fumar um cigarro, no tempo da água acumulada da chuva que chora céus inteiros sobre esse presente gentil. e eu condenado a me arrastar ante esse encontro, extrovertida e inexperiente o suficiente para não partir o coração dessa tarde. todos os ossos do pincel gritavam para entregar-me e entender essa dor como deve ser... sem sujar a beleza do silencio.