Várzeas, prados e retumbantes
Prados urbanos,
Futebol.
Gaitadas sem maldades,
Passes de responsabilidade,
Sonho de criança.
Balbúrdia civilizada,
Especialidade brasileira.
Várzeas sagradas.
Verde de esperança.
Lindo no significado,
Caos na realidade.
Casas soterradas,
Desespero e alagamento.
Prados e várzeas
Transfigurados dependendo do evento.
Em alguns, dinheiro, fama e sucesso
Em outros, perda, pobreza e restos.
Mas todos com notícias retumbantes.
Quando velhos, prados e várzeas = paz
Do urbano para o campo
Trabalho pesada, cheiro de mato
Sem poluentes, sem enchentes.
Sonho da aposentadoria.
Leite de vaca, carne de porco,
Acordado pelo canto do galo.
Arar a terra, colher vegetal.
No prado calmo, casas distantes
Significa calmaria, longe de outros.
A distância cura, faz focar na família.
Na várzea urbana, tanto faz,
Casa longe ou perto,
Na chuva, o esgoto se mistura.
As lágrimas são diferentes,
Os motivos também,
A dor deveria ser nacional,
Mas a perca é individual.
Nas várzeas urbanas,
O desespero retumbante se faz surdo.
Quando aparente no jornal,
Assusta, mas para nunca morar lá.
A notícia não é para buscar ajuda,
Com audiência, se ganha lucro.
Os prados importantes são aqueles onde correm
Sejam gente ou animal
Contêm torcidas e apostas;
E euforia retumbante se faz presente.
Há várzeas importantes também
Aquelas em que se morre e chora gente.
E há também quem fica contente,
Aqueles que dizem: "Ainda bem que não é com a gente".