CAÓTICA DESORDEM

Uma trava nos lábios

Atordoa os meus pensamentos

As palavras doem

Correm como ácido

Em minhas veias.

Nada faz sentido

Tudo me faz sent-ir

Até o beijo do vento

Queima o meu rosto

Ao colidir-se com o meu corpo.

O teu universo me bagunçou

Tornou caótico o meu estado

É tanta desordem

Que descalço parti

Sem rumo

Pela avenida da desilusão.

Peço desculpas ao leitor

Que nada tem haver

Com essa trama

Que se entranha

Nas entranhas

Do meu mundo.

Mas é que hoje

Tudo se fez sentido

De uma forma in-tensa

Salientando a minha dor

De forma descabida.

Corri feito um louco

Pela escada de incêndio

Buscando apagar o caos

Instalado em meu peito.

Em vão foi a tentativa

O fogo se fez avalanche

E por completo me queimou.

Sentei-me na calçada

Desabotoei minhas lágrimas

E para os meu botões

Contei a minha saudade.

O porteiro encabulado

Teve dó

Desse desorientado

Disse-me para respirar a noite

Que sobre o céu se estendia

Majestosamente linda.

E não é que...

O sabido tinha razão!

Pés no chão

Olhei para o alto

E lá estava ela

Toda nua

Minha amada lua

Desinibida

Toda sorridente

Sorrindo da minha aflição.

Para minha sorte

Ou desgraça

Sorri

Encabulado

Feito menino mimado

Chorei meu desejo por ti.

24/09/2019

Xícaras de Prosa
Enviado por Xícaras de Prosa em 28/08/2020
Reeditado em 05/04/2021
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