Alma Amordaçada
De olhos vendados salta para o abismo
Flutua... Sente o infinito o consumir
A demora da queda é a espera angustiante
De súbito, o sangue a esvair...
Como um verme espremido é encontrado
Recomposto por pedaços aleatórios no chão
Sua marca, seu legado ali consumido
Desprezado, descartado em solidão.
Seu diploma já não vale de mais nada
Que valor teria esse papel?
Para quê? Para quem? Ninguém se lembra...
Ficou na boca o amargo desse fel.
Sucumbiu à uma peça de teatro
Pediu por uma morte tão banal
Viveu preso, sozinho e humilhado
Onde agora agoniza no final...