Delírio cego ao asfalto

Te trago até a ponta pra sentir esse queimado em meu peito.

Te trago até a ponta pra te trazer de algum jeito.

Te trago

E me perco.

Esse asfalto em que caminho já se cansou de sentimentos.

As ruas se alagam no sol de meio dia.

Os amantes suam e se transbordam.

O poeta chora.

E eu? Como faço agora?

Eu que me fodo e que fodo,

Que te tenho e não noto,

Que desabafo pra um asfalto sujo,

Imóvel.

Como faço agora?

Agora que sou cego,

Agora que esses sentimentos me envoltam,

Agora que nem entendendo

O Agora.

Petito
Enviado por Petito em 26/08/2020
Código do texto: T7047021
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