Delírio cego ao asfalto
Te trago até a ponta pra sentir esse queimado em meu peito.
Te trago até a ponta pra te trazer de algum jeito.
Te trago
E me perco.
Esse asfalto em que caminho já se cansou de sentimentos.
As ruas se alagam no sol de meio dia.
Os amantes suam e se transbordam.
O poeta chora.
E eu? Como faço agora?
Eu que me fodo e que fodo,
Que te tenho e não noto,
Que desabafo pra um asfalto sujo,
Imóvel.
Como faço agora?
Agora que sou cego,
Agora que esses sentimentos me envoltam,
Agora que nem entendendo
O Agora.