CATADOR DE SONHOS
Perambulava pelas ruas, a catar
Tudo que no caminho, encontrava
Sorrisos de crianças amparadas
Tristezas de meninos e meninas, descalças
Um aceno de um ancião
Com suas calejadas mãos
De pele enrugada pelo tempo
A procura do seu quinhão
Vez ou outra catava uma latinha
Um papelão, uma folha, uma rima
Conversava com a solidão
Refletia, rogava seu perdão
Naquele chão batido, sofrido
Vivia seu mundo, desnudo
Sentia o calor do sol
Em seu corpo moreno
Bebia um gole de esperança
Percebendo naquela criança
Um mundo novo a surgir
E ele, continuar a seguir
Seus passos, seu destino
De catador de sonhos
Valmir Vilmar de Sousa (Vevê) 25/08/20