ironia em proparoxítonas
Olhei-te
Correndo
Num pântano
Fugindo sei lá do quê
Eu
Um nômade
Tentando te proteger
Corrias assustada
E, ainda assim, tão mágica
Caías nas folhas
Dramática
Tão trágica
A história que tive que assistir
Tentei de salvar
Num ângulo perfeito
Mas não chegava a ti
Parecia bêbado
Mesmo que fosse você caindo
Típico de mim, você sofria, mas eu quem não estava sorrindo
Filmei-te na câmera dos meus olhos
Você aos gritos críticos pedia socorro
Eu te ouvia, mas sabes que não tenho fôlego
Ou te respondo, ou corro
Tentava te acompanhar
Pra te salvar do que te perseguia
Eu, quase anoréxico
Um tanto patético
Corria, mas não conseguia.
Olhei prum lado: vazio
Pra cima, pra baixo: um vácuo sem fim
Num sábado escuro
Depois percebi
Que você estava fugindo de mim.