Homenagem à Gonçalves Dias
Na vanguarda do tempo
Sito dentro de um coliseu de todas as pátrias
Sufocado com pensamentos em diversas línguas
Relembro o futuro de um belo concerto
Vivo intensamente o amor pela música de câmara
Sonâmbulo sou capaz de recitar versos
Preso em meu próprio querer
Reafirmando o desejo de ficar e ouvir
São os sons do universo na voz suprema da arte
Venero a qualquer prazer auditivo
Bela voz que me faz viajar
Esqueço até que existo
Pântano de todos os instrumentos
Som que me chega suave
Sinto o tapete de teus pés
Amada voz que me embriaga
Feroz é o seu gesto de artista
Sigo o seu caminho até que me escondo em pilares
Água que molha e não sinto nem as lágrimas
Sorte reunida em muitos sonhos
Sinto a alma virgem que segue todos os caminhos
Sinto o gosto ácido do sereno da noite
Sentado no colo de todo seu saber
Olhando o universo sem luz para os tolos
Sinto o gosto amargo da impotência
Lágrimas que caem após o choro do prazer
Infantil, deito no seu colo e adormeço
Recebo um verso psicografado durante seu show
Música que me carrega para a alquimia de outra época
Filho de deus, sinto estar só nesse mundo
Diante do seu sorriso, navego em todo seu corpo
Banquete de prazer me alimenta por vários sonos
Ouço o choro, sozinho no meu tempo
Tenho até o ser que me fortalece
Eterno sono que me faz sonhar sempre