Homenagem à Gonçalves Dias

Na vanguarda do tempo

Sito dentro de um coliseu de todas as pátrias

Sufocado com pensamentos em diversas línguas

Relembro o futuro de um belo concerto

Vivo intensamente o amor pela música de câmara

Sonâmbulo sou capaz de recitar versos

Preso em meu próprio querer

Reafirmando o desejo de ficar e ouvir

São os sons do universo na voz suprema da arte

Venero a qualquer prazer auditivo

Bela voz que me faz viajar

Esqueço até que existo

Pântano de todos os instrumentos

Som que me chega suave

Sinto o tapete de teus pés

Amada voz que me embriaga

Feroz é o seu gesto de artista

Sigo o seu caminho até que me escondo em pilares

Água que molha e não sinto nem as lágrimas

Sorte reunida em muitos sonhos

Sinto a alma virgem que segue todos os caminhos

Sinto o gosto ácido do sereno da noite

Sentado no colo de todo seu saber

Olhando o universo sem luz para os tolos

Sinto o gosto amargo da impotência

Lágrimas que caem após o choro do prazer

Infantil, deito no seu colo e adormeço

Recebo um verso psicografado durante seu show

Música que me carrega para a alquimia de outra época

Filho de deus, sinto estar só nesse mundo

Diante do seu sorriso, navego em todo seu corpo

Banquete de prazer me alimenta por vários sonos

Ouço o choro, sozinho no meu tempo

Tenho até o ser que me fortalece

Eterno sono que me faz sonhar sempre

Jose Hilton Rosa
Enviado por Jose Hilton Rosa em 24/08/2020
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