Estação certa






Não é pela cor das flores, ou folhas
não é o chão batido, cercado
de pedras

Nem o céu
ou será

Talvez seja a vontade de sentir
a verdadeira liberdade
ou outra coisa
que nem sei

Desejo esse voo sempre igual
e inexplicável
para essa estação certa
que aqui alcanço

É um não sei o quê
de satisfação, gratidão, e de lembranças
não acredito em reencarnação
mas tenho antepassados

Num lugar tão amado, minha alma
ficou pregada, quando volto
ela quer ficar
nesse canto conhecido, que
vai muito mais além
do que posso enxergar 

É aqui nesse lugar encantado
que mesmo quando fisicamente
não posso estar
a minha alma vai de olhos fechados

Nele, sou outro começo

Recomeço é querer se enganar
aqui tudo para mim, é novo
 
Cheiro a vida no ar
os ventos sopram segredos
aos meus ouvidos

A alma evolui com o tempo
tudo fica mais intenso
dos escravos, ouço os gemidos

Evitamos o sentir, preferimos ignorar
para não se envolver, e não chorar
para não ter mais apego
sufocamos os nossos medos
evitamos danos, e novos enganos

Reta final, cheguei
na estação certa

O gostoso é fugir para aqui me encontrar
nesse lugar que chamo de meu
porque juro, não fui eu
foi a minha alma que escolheu
esse pedacinho de terra, em Redenção-Ceará
não quero conhecer outro lugar.

Liduina do Nascimento
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 22/08/2020
Código do texto: T7043672
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