DELÍRIO INCONSCIENTE
Como num delírio fico eu a imaginar-te
Junto a mim, de mãos dadas caminhando...
Frente ao mar, admirando as ondas que vão...
que vêm... levando todos os preconceitos
Os desencontros da alma que vive em nós...
Na procura incansável de tantos desejos!
Na areia alva banhada por lágrimas frias
São nossas pegadas presas aos sentimentos
São nossos pensamentos, equivocados anseios...
Que vagueiam sôfregos na imensidão do mar
Carregados por trôpegos lamentos adormecidos
Onde a força da natureza vibra por nós!
Eu escuto o murmúrio da tua voz suavemente
Aos meus ouvidos enclausurados de ternura
Na cega fobia que segreda dos pântanos...
No alvorecer da luz que ilumina teus olhos
Domina inteiramente meu ser condenado
A te amar incondicionalmente, e tanto!
Como uma sombra tu me persegues...
De tempo em tempo como um amuleto poderoso
Que ora me protege das más inclinações...
Que ora me possui com afabilidade
Que me conforta, me conduz ao precipício,
Onde o corpo tremula, a alma cintila e desce...
Elevando-me ao encontro de mim mesma
Como num delírio eu fico a imaginar-te!