DELÍRIO INCONSCIENTE

Como num delírio fico eu a imaginar-te

Junto a mim, de mãos dadas caminhando...

Frente ao mar, admirando as ondas que vão...

que vêm... levando todos os preconceitos

Os desencontros da alma que vive em nós...

Na procura incansável de tantos desejos!

Na areia alva banhada por lágrimas frias

São nossas pegadas presas aos sentimentos

São nossos pensamentos, equivocados anseios...

Que vagueiam sôfregos na imensidão do mar

Carregados por trôpegos lamentos adormecidos

Onde a força da natureza vibra por nós!

Eu escuto o murmúrio da tua voz suavemente

Aos meus ouvidos enclausurados de ternura

Na cega fobia que segreda dos pântanos...

No alvorecer da luz que ilumina teus olhos

Domina inteiramente meu ser condenado

A te amar incondicionalmente, e tanto!

Como uma sombra tu me persegues...

De tempo em tempo como um amuleto poderoso

Que ora me protege das más inclinações...

Que ora me possui com afabilidade

Que me conforta, me conduz ao precipício,

Onde o corpo tremula, a alma cintila e desce...

Elevando-me ao encontro de mim mesma

Como num delírio eu fico a imaginar-te!

Oliveira Vilma
Enviado por Oliveira Vilma em 22/08/2020
Código do texto: T7043447
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