OLHAR PRA FRENTE
O SOL MORNO DO FIM DA TARDE ENTRA PELA JANELA
E A LUZ OCUPANDO TODOS OS ESPAÇOS ME FAZ REFLETIR
VOU ME DEIXANDO EMBALAR INTENSAMENTE PELA PROFUSÃO DAS CORES QUENTES
A MENTE VAGUEIA...DIVAGA... VIAJA PARA MEUS CONFINS
VERTIGINOSAMENTE VOU LÁ PARA TRÁS
ISSO ME ASSUSTA, SÃO TANTAS COISAS QUE LÁ DEIXEI
NÃO QUERO OLHAR PARA O QUE FICOU
O PAVOR DE FICAR CEGA HORRENDAMENTE ME DOMINA
A ESCURIDÃO É DENSA
A DOR QUE DEIXEI LÁ AINDA ME ESPERA
E EU ME DESESPERO LOUCAMENTE
TENTO SAIR DESSE LABIRINTO
QUANTO MAIS ME DEBATO, MAIS LONGE VOU AFUNDANDO
DAS FERIDAS DILACERANTES VOU ME APROXIMANDO PERIGOSAMENTE
NÃO QUERO SEGUIR PARA TRÁS
MEU LUGAR É NO PRESENTE
AOS POUCOS A TARDE VAI CAINDO
O SOL LENTAMENTE NO MAR VAI SE ESCONDENDO
A BRISA DO FIM DE TARDE VEM ME RESGATAR
ELA ME TIRA DAQUELA ESTRADA QUE JÁ TRILHEI DOLENTEMENTE
E QUE NÃO QUERO NUNCA MAIS VOLTAR
EU NÃO OLHO MAIS PARA TRÁS
É NA ESTRADA QUE VOU ABRINDO QUE DESEJO CAMINHAR
ADIANTE EU QUERO IR DOCEMENTE
QUERO ENXERGAR O QUE ESTÁ AQUI
VISLUMBRAR O HORIZONTE E ENXERGAR O QUE VEM PELA FRENTE
TENHO MEDO DE VIRAR A CABEÇA E FICAR CEGA NOVAMENTE.