A letra
Pra quem faz uso da leitura..
Dela se extrai a verdade..
Nem é preciso a ternura..
Pra ver a sinceridade..
Ainda que seja dura..
Dura é a realidade..
As vezes age com candura..
Em outras é só maldade.
E dentro dessa loucura..
Ainda sinto saudade..
Mas logo vira tortura..
Distante da afinidade..
Que agora nem te procura..
Te deixa com liberdade..
Desde aquela formatura..
Mudou toda intensidade..
Eu que fui tão imatura..
Pensei ser tudo verdade..
Mesmo quando a rachadura..
Não tinha veracidade..
Eu olhava pra ela pura..
Contando com a lealdade..
E mesmo que porventura..
Fosse apenas falsidade..
Depois daquela fratura..
Aberta com crueldade..
Eu saberia a cura..
Pra tal infelicidade..
E sempre manter postura..
Nem era uma novidade..
Mas calma que a aventura..
Daquele final de tarde..
Vai ter consequência, atura..
Perdeu a oportunidade..
E agora a essa altura..
Não existe prioridade..
Mas que não reste amargura..
Secura ou deslealdade..
Que em nós mantenha a doçura,
A paz e a humildade..
E nessa temperatura..
Sua fértil habilidade..
É mostrar que sua jura..
Só surge quando há vontade..
E tudo o mais é frescura..
Não tem mais necessidade..
E a letra que é da cultura..
Tirando a estabilidade..
Você não teve censura..
Nem mesmo sagacidade..
A vida era toda escura..
E eu era a felicidade..