Com amor, sem balões

ah! que saudade ingente

da nossa festa junina

daquela fogueira ardente

onde menino e menina

brincavam divertidamente.

saudade do forró no terral

dos balões colorindo o céu

das bandeirinhas no varal

do poeta recitando cordel

do milho, mungunzá, do curau

saudade do velho quentão

da pinga que ardia a goela

do xaxado, do xote, baião

do requebro da minha donzela

do tradicional são joão

ah! que esse ano tudo mudou

parece que a lua não apareceu

que a flor, triste, murchou

que o sanfoneiro se escondeu

que o candieiro se apagou

mas, é o que temos pro agora

dançar quadrilha em casa

com a mãe, a esposa, o filho, a nora

sem balões, foguetes, sem brasa

amor aqui dentro, vírus lá fora!