As lágrimas de agora
elas são doridas,
são vis, são pungentes,
caem pela perda de vidas,
são lágrimas sentidas,
que faz doer o coração da gente.
elas são consternadas,
são repletas de tristeza
pela despedida da pessoa amada,
pela família dilacerada,
pelo dia gris que oculta a beleza.
mas, as lágrimas que retratam a dor,
retratam a sã felicidade.
são lágrimas apinhadas de amor,
de gratidão, de fulgor,
aludindo tanta solidariedade.
são lágrimas que surgem da anuência,
do aplauso ao se perceber a cura.
lágrimas da consciência,
da gratulacão à ciência,
onde o bom censo fulgura.
lágrimas que rolam pela morte
e pelo grato renascimento.
instante que nos deixa sem norte,
porém, nos faz mais forte,
enquanto borbulha todo tipo de sentimento.
ah! as lágrimas de agora
são ambíguas, distintas, diferentes.
lágrima que assusta, que apavora,
que nos deixa revigorado e corrobora
pra que o mundo floresça novamente.