O enigma de te amar

Em alguns anos não mais resistirei habitar essa minha vida.

Essa vida desregrada, existência prumada e de pouco alento.

Então, abandoná-la-ei e planearei, enfim, ao meu contentamento.

Subtrair-te-ei do teu mundo para que no nosso possamos estar.

Levar-te-ei sem escrúpulos, à sorrelfa, em uma única partida,

sem tragédias, simplesmente um repleto e eterno enamorar.

Se não quiseres partir, diga-me o que faço dessa vida enfadada!

E lance meu desejo insano, que me aflige, em um único canto…

Àquele que me tira do martírio ou ao sepulcro pelo tormento.

Contudo, Dama de meu destino!, não me deixe aqui findar!

Por tuas mãos, conduza-me ao vale da morte, triste estada,

Ou então à felicidade alpestre, que não mais ouso almejar.

Nem por um instante, desejo ver-te infeliz ao lado meu.

Prefiro ser prostrado a sofrer eternamente pelo sofrimento teu.

Porém, se realmente me queres, a ti serei o melhor dos amantes,

tal qual um servo devotado a satisfazer-te em todos instantes.

Assim como um amigo a consolar-te sem qualquer barganha,

como um apaixonado a consumir-te em afeição tamanha,

que o mundo oculta-se a fronte e nos demuda em absolutos,

fazendo de nossos corpos instrumentos únicos e astutos.

Assim proclamo-me teu, dos teus desejos e das tuas poesias,

ser-te-ei pelos beijos e sorrisos, pelas lágrimas e melancolias.

Em nosso novo orbe, adorar-te-ei pelo infinito que me restar

E revelar-te-ei o segredo a mim fadado, o enigma de te amar.

Luciano Calheiros Lapas
Enviado por Luciano Calheiros Lapas em 20/08/2020
Código do texto: T7041519
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