Casulo

Qual é a demanda do ser?

No que o humano pensa que manda?

Onde anda a lucidez?

Tenho visto gente, ouvido falas...

Insensatez

Será que é loucura querer,

Paz?

Qual é a ciranda da rua?

Quantos tocam nessa banda?

Onde encontro meu semelhante?

Tenho estado só, o outro só

Errante

Será que é utopia querer

Ser tolerante?

Sou casulo que ainda não virou borboleta

Sou essa que cala a dor embaixo do seixo

Sem me achar nesse meio

Sinto-me assim fora de eixo

Fico no fim de tarde, perplexa

Olhando o sol se recolher, sem queixas.

Cedendo o domínio do céu para outros astros

Espero então a lua se deitar no alto escuro

E a esperança iluminar, nesse mundo, o obscuro

JANET VITAL
Enviado por JANET VITAL em 18/08/2020
Reeditado em 01/10/2020
Código do texto: T7039760
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