Confissão...

Confesso...

Confesso que minha caixinha

Estava um tanto desarrumada

E até com algumas rachaduras

Confesso que naquela caixinha

Tinha coisas que não pertencia dali

O que fez pesar além do devido

E eu não mais aguentar carrega-la

Assim também tinha dias que ela vazava

Vazava e eu perdia parte do que guardava

Então eu pegava a minha caixinha

E me perguntava...

O que faço para consertar você?

E esses seus buracos, hein?

O que eu faço com você?

Confesso que quis trancar tudo

E esquecer ela num canto

Mas confesso que não consigo

Ela está ali sempre a me chamar

E me mostrar que é mais presente

Que a minha própria consciência dela

Confesso que já a afundei

Em rios e corredeiras

Mas ela sempre voltava intacta

Intacta? Talvez não...

Devido as suas rachaduras

Lá se ia mais um pouco

Do que se tinha na minha caixa

A minha caixinha desarrumada

Confesso que a maltratei demais

Á vi toda torcida e amassada

Que quase mais nada cabia nela

E lá vou eu com jeito para conserta-la

Quer saber eu confesso

Confesso por que...

Hoje olho para a minha caixinha

E digo... Você foi guerreira...

Minha menina

Mas muito além de confessar

Tudo o que fiz

Quero te consertar

Fazer-te nova

Para ser novamente a minha caixinha

A caixinha das lembranças

Para eu poder te carregar

Sempre com um sorriso no rosto

Bruxinha Faceira
Enviado por Bruxinha Faceira em 18/08/2020
Código do texto: T7039395
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