Confissão...
Confesso...
Confesso que minha caixinha
Estava um tanto desarrumada
E até com algumas rachaduras
Confesso que naquela caixinha
Tinha coisas que não pertencia dali
O que fez pesar além do devido
E eu não mais aguentar carrega-la
Assim também tinha dias que ela vazava
Vazava e eu perdia parte do que guardava
Então eu pegava a minha caixinha
E me perguntava...
O que faço para consertar você?
E esses seus buracos, hein?
O que eu faço com você?
Confesso que quis trancar tudo
E esquecer ela num canto
Mas confesso que não consigo
Ela está ali sempre a me chamar
E me mostrar que é mais presente
Que a minha própria consciência dela
Confesso que já a afundei
Em rios e corredeiras
Mas ela sempre voltava intacta
Intacta? Talvez não...
Devido as suas rachaduras
Lá se ia mais um pouco
Do que se tinha na minha caixa
A minha caixinha desarrumada
Confesso que a maltratei demais
Á vi toda torcida e amassada
Que quase mais nada cabia nela
E lá vou eu com jeito para conserta-la
Quer saber eu confesso
Confesso por que...
Hoje olho para a minha caixinha
E digo... Você foi guerreira...
Minha menina
Mas muito além de confessar
Tudo o que fiz
Quero te consertar
Fazer-te nova
Para ser novamente a minha caixinha
A caixinha das lembranças
Para eu poder te carregar
Sempre com um sorriso no rosto