Rua calada da noite
Olhei na rua agora.
Tudo em silêncio,
Já são mais de onze horas
A luz do poste banha o chão
Ouço um apito de longe
As estrelas brilhando mudas
Tudo tão calmo,
Porque os bichos dormem
E eu confiante no vazio...
Fico no centro da rua
Não passa nada, nem vento
Mas está frio;
Os gatos estão quietos
Esta noite deve durar
Não tenho sono
E não quero deitar
Vou olhar mais um pouco
Para essa rua.
Que já me levou e trouxe
Logo mais tem barulheira,
O sol vai sair na esquina
O cheiro do dia!
Que vai vir da padaria
Só mais tarde...
Agora é cheiro de madrugada
Com frio e rua em silêncio
A viatura que passa
Quebra a calada da noite
Dessa rua que é de tanta gente,
E agora nada acontece.