Atados (...)
Colho aos dedos os teus silêncios,
Nas labaredas do teu corpo, o cio,
Afagos dos meus delírios,
Já o sinto hirto,
A gula das minhas vontades por ti,
Degustar-te-ei tal igual a chocolate,
Teus desejos devassos e insanos,
cobrindo-me em toda parte,
Minhas loucuras de amor,
No calor da excitação,
Teu ardente queimor,
Para o ar da satisfação ,
Percorrendo a ânsia dos sabores,
Envolto(a) dos gritos em cores
Toco- te no olhar,
Naufrago, mesmo sem mergulhar,
Ávido da tua pele na minha,
Lasciva minha língua em tuas entranhas,
Atendendo as nossas vontades estranhas,
Corpos esfomeados de saudades,
No ímpeto de nós,
Aproveitado a nossa liberdade,
Naquele silêncio a sós,
Cujo instante foi domado pela voz,
Aquela fina e aguda,
De horas preenchidas e calculadas,
De posições acentuadas,
E equações resolvidas,
Limites das tuas pernas elevadas,
Meu membro entre teus parênteses,
Conexões de movimentos contínuos,
Uníssonos, em diapasão, inócuos,
E o tremer de nossas almas,
Naquela ardente cama,
Perdemos a fala
Entre lençóis amarrotados,
Preenchido por suspiros
Por todos os cantos,
Paredes guardando confissões,
Das nossas bravas emoções,
Testemunhas dos nossos actos
Aromas afrodisíacos, nós atados,
Banhados em nossos suores,
Fricções que nos electrizavam,
Repetições de sabores,
Para a comunhão de um só sentir.
Naquele instante do definir,
No final, o conhecer do prazer,
Sem que o medo nos impedisse,
Nos tons das nossas profundas inspirações
E por fim, orgasmos e convulsões (...)
(M&M)