ENLEVO
De longe sou ciente das intermináveis distâncias e da vastidão do mundo.
Dilato olhares, ativo paladar e olfato,
Provo de sua grandeza,
Captando do mínimo ao máximo de seus ensinamentos.
Sinais, coisinhas, enlevo,
Põem-me o coração nos olhos e nas mãos,
Salvam-me e apartam-me dos náufragos da embarcação noturna.
Ouço palestras, aprendo,
Inalo o aroma do ar,
Respiro a poesia do quarto da frente com sua janela,
Ouço canções de distante emissora.
Ensaio risadas,
Canto uma nova trova
De infinita alegria de viver,
Ante o sutil movimento de ser, estar e absorver.
Dalva Molina Mansano
16.08.20