PRECIOSIDADES (225)
MENINOS DE RUA
Garotos maltrapilhos que ficais,
mãos esticadas na extensão do carro,
a pedir uns trocados, pão, cigarro
no espaço da mudança dos sinais.
A desprezível moeda que juntais
no chão das ruas, suja pelo barro,
nada resolve, pois eu sempre esbarro
em jovens que empobrecem sempre mais.
Como impedir que a vossa justa ira
recaia sobre nós e nos inquira
os motivos de um mundo tão escuro ?
Ainda assim, meninos, tende pena
dessa elite infeliz que vos condena
a não ter presente nem futuro.