Mulher Livre

Entre as profundezas da alma e do firmamento,

o que teus olhos escondem além do horizonte?

Um emaranhado, senão inacessível sentimento,

donde lágrimas não se definem a partir da fonte.

Da longanimidade à candura, que não se gesta…

Através dos pensamentos, uma modesta fresta:

Gotas de alegria irrompendo modos e histórias,

que sequer os séculos, tampouco as memórias,

em ti, hão de sublimar!

Transluzes simples, esmerada, meiga e aguerrida!

Ver-te os lábios… tantos dilemas nas comissuras!

Meio às adversidades, sobre as quais te maturas,

os enigmas, que se esgueiram além de uma vida,

qual solidão vagando no deserto em pleno luar.

Tu és livre, mesmo quando intimamente enleada.

O matreiro que ousa te decifrar jaz em derrocada.

Transmudas, qual lindas flores, em face desvelada…

Conquistas, pacientemente, a devoção na jornada,

destarte o “quase!” se declina em te retratar,

Ainda que todos os anseios trateiem o teu coração,

não permitas que estrangulem tua doce voz sóbria.

Eis que os teus sorrisos sustentam o fulgor da glória,

sequiosos por não dispensarem dívidas de gratidão!

(…)

Luciano Calheiros Lapas
Enviado por Luciano Calheiros Lapas em 13/08/2020
Reeditado em 13/08/2020
Código do texto: T7034437
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