A última coisa que chamarei de poema
O quanto sou incapaz e ridículo
Você jamais saberá
Com seu bom senso
Seu sorriso largo
E seu pé cabendo no sapato
O sol castiga
Com ou sem literatura
Os poderes do mundo
Estendem fortes tentáculos
Nescessário é seguir
Sempre, sempre, sempre
E quando não fizer sentido
Seguir, seguir, seguir
Tantas religiões
Tantas filosofias
Tantos com nota fiscal da verdade
Cobrando dinheiros
Tantas formas de ser agradável
Estou à margem de tudo isso
Os intelectuais gostam de amargura
O público de doçura
Não tenho roupa para vestir
Nem alma para continuar
Sou um sem remendo
Aquele que em vossa presença
Está sem ser.