Escrevo
Para passar a dor
Dor desta vida
Qualquer dor atrevida
Que me abala.
Numa bala perdida
Não causa dor e morte em vida
Escrevo bobeira
Para brincar-me.
De enganar-me
Escrevo para escreve-me loucamente
De verdade que se mente
Se for semente bem plantada.
Ás vezes comportada
Armada da vida
Vontade de virar tudo de cabeça
Viro poema de doida cabeçuda.
Não de esmolar cabelos de amor
Escrevo mesmo!
O amor é de graça
Cheio de Graça.
Graças a Deus
Saio sorrindo do talento maluco
Sem horas do relógio cuco
Escrevo com as pontas dos dedos.
Livremente de asas nas mãos
Sem vírgula e ponto final
Afinal! sou eu
Quem escreve-me.