Ana

Ana

(...) seus cachos, até hoje me lembram nossas conversas, seu cheiro exibe nossos olhares. as risadas ficam escondidas em algum lugar, de muitas, não tive vontade de escapar. mãe, meu berço, ainda são seus braços, já não tenho medo do escuro, não sinto barulhos, já sei o que faço quando tenho pesadelo, conto para a primeira pessoa, pra afastar a lembrança. mas, ainda não sei parar o mundo. foi o fim do mundo e é o fim do mundo até hoje. fiquei com as lágrimas amadurecidas, e o tempo me aperta, mas nunca pergunto nada. levanto os olhos e sempre me devolves o olhar, meu coração continua batendo de frente pra você, sem disfarce algum. tudo o que eu sei e o que não sei, aprendi com você, sua dignidade ficou por dentro e ninguém tira. lembrar é como se estivesse olhando um espelho, quanto mais compreendo, mais quero entrar nele. mãe, não se preocupe, tudo que ensinou, eu faço, não importa que a vida, seja um deserto como cenário, não importa, se ela minta ou não, em breve acabará. se sentir saudades, basta agitar o coração e estarei lá, antes da moeda cair...

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 12/08/2020
Código do texto: T7033797
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.