Alma adolescente




Quando sei que nada me pertence, sinto o mundo
como um empréstimo com o qual fui esse ser
agraciado. A minha alma antiga, diz um não,
não ao apego, não ao desejo que deve ser contido,
daí eu ponho um vestido de chita, ouço
e penso na música mais bonita... Persisto.

É tempo de escutar, tempo de embalar a inspiração.
Dou um tapinha nas costas da minha alma
e mando ela ir passear, levando com ela as borboletas,
em meio à passarada, a ilusão começa à dançar!

Dizem que o coração não envelhece, o meu mesmo
cansado, pulsa feito coração de adolescente.
Troco de alma...
Fecho os meus olhos, atravesso a rua, enfeito
os meus cabelos com uma flor , que frágil como eu, 
dança sem preocupação.
Cansada de voar na dança leve, da imaginação,
antes de cair na realidade... Vou à fonte, para lavar
o rosto e as minhas mãos. 

Desperto do sonho, volto à desilusão.
A música ainda não parou, o que há de melhor
em não saber dançar, é ficar parado, olhos fechados.
Fundo musical, poesia, amor e muita saudade,
o jeito é não parar de sonhar quando estamos
acordados. 



 
.                  .                .
               .                              .                       .
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Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 12/08/2020
Reeditado em 23/11/2021
Código do texto: T7033363
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