ACÉFALO

poema sem pé

sem cabeça

sem fé

sem coração

história de uma estrela cadente

de um espetáculo de saudade

por uma alameda enluarada

passa a morte

a rua vai me pagar

todas as casas

paredes

lembranças

árvores

a miserável paisagem

há de me pagar

eu a matarei com a indiferença

acuso

recuso tantos dias iguais

papéis enfeites anéis

esta ausência de dor de cabeça

me mata de dor de cabeça