Proibido
vou te falar: tem um nó no meu peito;
tem vezes que sinto umas coisas
que eu digo que não sei direito
mas na verdade eu sei, sim.
coisas do nosso jeito suspeito
de não saber como dizer, assim
e então se calar num abraço perfeito
cuidando um do outro num toque sem fim
são coisas que não podem ser, enfim
complicações da vida a nos atravessar
errâncias, distâncias, instâncias
nas quais não posso te tocar.
mas como pode isso de eu saber
convicto de que você também me quer?
ainda que quase sem querer
te pego a disfarçar sem perceber...
eu não sei mais bem como proceder
e sequer sei como agir perto de você!
sinto que estamos constrangidos
por um sentir constante e proibido...
pois que, contudo, já tens quem te guarde
e eis que, sobretudo, quero-te contente.
então guardo meu amor, que arde
e deixo-te ser sem dizer, ausente.