O tato

Quem ajuda a visão a brilhar na escuridão?

Que diz mais que o paladar e o olfato?

É aquele corpo, que desperta a consistência

É sensível por essência, é por fim, o tato!

Essa sensibilidade, que por vez, pele arrasada.

Outrora acalenta a maciez e a suavidade,

Onde um corpo pode ser sentido de verdade

E a ilusão fica melhor dissimulada.

Graças a ti, que o corpo cego sorri!

Imagina não te ter, e o mundo ser anestesia?

A pele, de pensar se arrepia, és o mal essencial

Dessa vida real, com golpes de filosofia.

Há quem te use para força e luta,

E com esforço, ganha corpo presente.

Carrega o fardo leve do inconsciente,

A alma de corpo crente em sua labuta.

Dói menos que a dor que não te ouçam!

Pois o toque nos tranca, nesse real calabouço.

E sem nos dar repouso, a realidade se afirma,

Como um mar rochoso diante de em um barco à deriva.