A ALMA E O CORVO

Na escultura demoníaca do corvo
A alma ofuscada e descontente
Não rara vezes morta e atraente
Em fulgura fatídica d'um corpo.

Rascunha ao voejar abstinente
Sombria sem restar pedaço morto
Nas asas que ao bater o desconforto
Gorjea sem cessar diariamente.

O corvo, que contorna a amargura
No céu de cinzas fartas envolvente
Resplandece carnívora figura!

E a alma em desconsolo e insegura
Ao corvo roga aleatoriamente
Imortal e sacrossanta caricatura!

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Francielly Fernandes
- 08/08/2020
Francielly Fernandes
Enviado por Francielly Fernandes em 08/08/2020
Reeditado em 08/08/2020
Código do texto: T7030023
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