O REGRESSO DO MOSTRENGO

                                       O mostrengo que está no fim do mar
                                                 Na noite de breu ergueu-se a voar.

                                                         FERNANDO PESSOA, Mensagem


O mostrengo não está no fim do mar.
Ocupa as ruas, bate à nossa porta,
vomita chamas na cidade morta,
escreve garatujas no luar.


Ei-lo que espreita em cada patamar
pronto a saltar-nos à garganta. Importa
lançar brados de alerta à malta absorta
que se deixou nos ventos embalar.


De pé! O monstro volta! Unir fileiras!
Deixemos as diferenças das bandeiras:
É preciso avançar em marcha unida.


A nossa força é sermos um só povo
e uma só terra a defender de novo.
A morte do mostrengo é a nossa vida!
CARLOS DOMINGOS
Enviado por CARLOS DOMINGOS em 11/11/2005
Reeditado em 11/11/2005
Código do texto: T70289