ARQUIVO VIVO QUASE MORTO
ARQUIVO VIVO QUASE MORTO
As tuas paredes ainda continuam de pé
Mais as suas estruturas já estão se abalando
A tua arquitetura ainda me diz quem tu eis
As tuas noites festivas a muito vêm se calando
Na tua bilheteria não se ver mais nenhuns réis
Do teu abandono é um poeta que está falando
Eis patrimônio desta cidade, e de muitos fieis
Que te clamam não morras e ficam te velando.
Da tua preservação, não tiveram o cuidado
O tempo veio, te feriu e cobrou
Que a tua história foi deixada de lado
De muitos fatos que por aqui se registrou
Mais o teu povo tem memória e tem passado
Sou testemunha de tudo o que me restou
Um romance e dois filhos hoje bem amados
Saldo de uma noite linda que outrora me marcou
Não quero ficar aqui agora, somente de braços cruzados
Vendo morrer lentamente o arquivo vivo do nosso amor.
Que modernidade é essa? Sem presente e futuro incerto
Hoje, muito mais pareces um fantasma no deserto
Conclamo a juventude a trazerem o passado para bem perto
Reescrevendo a tua historia nas páginas de um livro aberto.
Não te deixando morrer com tua cultura nem a tua historia
Revivendo os velhos tempos, momentos de muitas glorias
Voltando seus antepassados, percorrendo sua trajetória
E o amanhã quem sabe? Guardemos tudo in memória.
Amiraldo Patriota
Escrito em repúdio ao abandono do clube social de Puxinanã - PB.