ARQUIVO VIVO QUASE MORTO

ARQUIVO VIVO QUASE MORTO

As tuas paredes ainda continuam de pé

Mais as suas estruturas já estão se abalando

A tua arquitetura ainda me diz quem tu eis

As tuas noites festivas a muito vêm se calando

Na tua bilheteria não se ver mais nenhuns réis

Do teu abandono é um poeta que está falando

Eis patrimônio desta cidade, e de muitos fieis

Que te clamam não morras e ficam te velando.

Da tua preservação, não tiveram o cuidado

O tempo veio, te feriu e cobrou

Que a tua história foi deixada de lado

De muitos fatos que por aqui se registrou

Mais o teu povo tem memória e tem passado

Sou testemunha de tudo o que me restou

Um romance e dois filhos hoje bem amados

Saldo de uma noite linda que outrora me marcou

Não quero ficar aqui agora, somente de braços cruzados

Vendo morrer lentamente o arquivo vivo do nosso amor.

Que modernidade é essa? Sem presente e futuro incerto

Hoje, muito mais pareces um fantasma no deserto

Conclamo a juventude a trazerem o passado para bem perto

Reescrevendo a tua historia nas páginas de um livro aberto.

Não te deixando morrer com tua cultura nem a tua historia

Revivendo os velhos tempos, momentos de muitas glorias

Voltando seus antepassados, percorrendo sua trajetória

E o amanhã quem sabe? Guardemos tudo in memória.

Amiraldo Patriota

Escrito em repúdio ao abandono do clube social de Puxinanã - PB.

Amiraldo Patriota
Enviado por Amiraldo Patriota em 06/08/2020
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