RODOVIA DO REPENTE. (Um encontro com a poesia)
RODOVIA DO REPENTE
Saindo da terra dos cajueiros
E passando pela serrinha
Paro e bebo das águas branquinhas
Do Pajeú, grande ribeiro
Mais na frente, um povo hospitaleiro
Me recebe feliz e sorridente
Sigo em frente rumo a São Vicente
Quase fronteiras com a Paraíba
São muitas léguas percorridas
Na rodovia do repente.
E no vai e vem, lá vou eu passando
E cumprimentando, o que vou vendo
O açude do walfredo vem renascendo
Com o progresso apontando
E o carro vai rodando
Riacho dos gatos, que bom te vê
Prazeres é só prazer
Itapetim é do repente
A rodovia que é da gente
Foi inspirada em você.
Caminhoneiros transportando
Sisal, milho e algodão
São as riquezas do sertão
Que agora vão exportando
E o Pajeú vai ganhando
Uma cara diferente
Com essa nova via corrente
Cruzando pra Paraíba
Na nova realidade vivida
Da rodovia do repente.
De repente como num repente
Percorro todo trajeto
Ligo o rádio e com você por perto
Faço uma viagem diferente
Felizes e sorridentes
E na mais pura harmonia
Faço o percurso todo dia
Ambó, via são Vicente
Até a divisa com livramento
Recitando poesia.
Não haverá tristeza, somente alegria
Nem cidade pequena esquecida
Não haverá mais cultura adormecida
Nem quem não goste de poesia
Não haverá mais pedras soltas sem sintonia
Nem quem desconheça São Vicente
Não haverá mais distância que agüente
Nem mais tempo pra que se espere
Nem motor bom que não acelere
Na rodovia do repente.
Amiraldo Patriota.