IGUALDADE

Venho de ontem - eu sei,
por estradas mal traçadas,
sem regras,
            sem rumo,
                      sem lei.
Procuro águas profundas,
só encontro as mal paradas.

Paradas no tempo - não rolam,
até mesmo me ignoram
quando reclamo do tédio
(tédio enorme, sem remédio)
destes dias abissais
soluçando uma vez mais.

Mais uma vez
vai-se o ano...
          Sonhos... sempre desenganos.
          Mal de muitos,
          mal de tantos
                        e, por isso, eu não me espanto
          se sofro do mesmo mal.
Porque não sou diferente.
          Sou apenas,
                      um teu igual.