Alegorias
Dependura-se em efusivo pranto,
Tal gota dourada em flor orvalhada;
Absorto no alento de se saber vivo,
Nas álacres manhãs do sol do devir.
Nada de solidão, nada de comoção,
Integrado se sente por Ser senciente;
Matéria viva que constrói o que sabe,
Sem pressa no tempo: — sem pressa!
Da chaga do viver extravasa sentimento,
Escorre alheio e quente e terno e bom;
Assim se cumpre na alegoria da vida:
Necessária investida no tempo que flui.
Sujeito, sujeito às vontades do éden,
Onde a natureza adogmática impera;
Aonde corações de entes inanimados
Palpitam e dinamicamente retumbam.
Do nó da garganta eclode o gemido,
E do peito aguerrido emerge o perdido;
E junto com o sereno, sereno espera,
Que o sol amanhã, de volta: - nos origine!