Perspectivas

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Perspectivas

Responda!

Você quer ou não me quer amar?

Se não quer mesmo, eu desisto e não insisto mais...

Não me venha, ora, com um ‘não devo’, ‘não posso’.

O querer é imperativo, muito mais que um talvez.

O querer não se presta à asfixia...

Não pode mesmo?

Se não deseja, a gente adia ou deixa para outra vez.

Sem problema... Sem mágoa...

Sem um toque sequer, vamos apenas sair.

Ou nem isso você pode?

Não pode mesmo?

Se não pode, por que não me diz um não?

Se não deve, por que me dá atenção?

Você cria perspectivas dentro do seu medo.

Você busca dirimir as fantasias perdidas;

quer suspirar, gemer, e quer as mordidas

sagazes da nossa história irreal, sem enredo.

Aliás, você já suspira – sinto isso.

E existe não um gemido, mas um fogo...

Não deve mesmo?

E estar aqui não configura ato insano?

Ouvir minha cantada, com ar de profano,

não desvaloriza a moral tão defendida?

Reflita e se desgrude da sua boca mordida,

desejando outra boca tão cheia de ilusão.

Não pode mesmo?

Não deve mesmo?

Não se esconda atrás de falsos imperativos!

Você pode.

Talvez não deva, mas quer!

E se quer...

Onde e que horas?

Droga, caiu a ligação!

Juazeiro do Norte-CE, 12 de março de 2007.

11h40min