todo
tem tempo desgovernado, sem
rumo, nem as estrelas acalentam,
tem tempo de mar morto, tempo
parado,fixado num riacho de
fantasmas, varrer a casa,
colocar o feijão de molho,
abrir a janela tomando café,
e saber do céu azul que te olha
e mais brilha, mas tem esse
tempo desgovernado, de
caras lavadas, das coisas
mal ditas a luz do meio-dia,
tempo duvidoso, de medo,
até asqueroso, tempo que
não da mais, mesmo sim,
nele nos apoiamos na hora
das tempestades, que também
são lindas, cristais estilhaçados
de luzes á beira de nosso coração,
tem coisa demais nessa vida.