vulto

a linha de agonia desce colorindo

as pedras, escorre em delgadas

silhetas de passagem, reina

em sua descida, fresca, breve

inteira, na luminosidade de

um sol ensolarado, silenciando

a vertigem, precipício que nos

entorta,mas nem por isso,

bagos de medo, apenas

o sopro se aparando na platibanda

do nada, pássaros, formigueiros,

bicho da seda a tecer alguma

esperança, quanto ao inferno,

deixe ele queimar o que já foi

e teima que ainda vive,

logo nascerá o vulto que

lhe aguarda e o sol que lhe

dará a sombra.

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 05/08/2020
Código do texto: T7027390
Classificação de conteúdo: seguro