Amante da Guerra
Meu caro amor/
Posso até esquecer os maus tratos, o exílio/
E o pesadelo/
De vivo andar morto/
Naqueles dias proibidos/
A voz calada se rebelava/
Incomodando o inferno/
Eu amava Branca/
E me apaixonava por Zilma/
Dava a vida pela liberdade/
Aquela altura na cidade/
Quem pensava diferente/
Era torturado/
previamente avisado/
Se ainda assim não calava/
Desaparecia/
Como um pó na estrada/
Hoje a morte é clara/
A corrupção, a desigualdade e a injustiça/
São falas da lei/
Que nem sei/
Do controle quem é controlado/
Dos escravos e senhores, quem são os atores/
Das verdades ditas as mentiras absolutas /
Apenas sei da miséria da fome/
Da ignorância do homem/
E dessa falta de amor e paz/