Peregrino
E devolve-me os ecos magoados
Das palavras jogadas ao vento,
O mais angustiante é o lamento
Dos meus fantasmas desgraçados.
Desgraçados sois se tomam assento
Nos olhos meus tão abalados,
Deixando-os húmidos e desencantados
Pelas dores deste meu tormento.
Mas nesta noite tão escura
Breu que minh'alma desfigura
Eu serei apenas um peregrino,
E a lágrima que meu olhar derrama
Fara brotar uma verde rama
Nas mãos arenosas do meu destino.